sexta-feira, 25 de junho de 2010

Lideranças do norte e noroeste querem Enivaldo ou Balestrassi na vice palaciana


A menos de três semanas do registro da chapa ao governo do Estado do senador Renato Casagrande (PSB), lideranças políticas das regiões norte e noroeste capixabas estiveram em Vitória, na tarde dessa quarta-feira (23), para tentar emplacar na discussão da vaga do vice um nome da localidade. Na ponta da língua dos políticos das duas regiões estava a preocupação com a possibilidade do isolamento político no processo eleitoral e em um futuro governo do socialista.

O aceno foi ousado e veio em grupo. Cerca de 150 políticos participaram do encontro, em um esforço suprapartidário, inclusive com lideranças regionais do PMN e PSDB integrando o esforço. O apoio explícito de políticos de siglas coligadas à candidatura do adversário tucano Luiz Paulo é sintetizada na frase do pemedebista de Jaguaré Sávio Martins. “A defesa do norte está acima dos partidos”, disse.

Essa manifestação não era inédita e foi antecipada no final da semana passada. Na opinião da prefeita de São Gabriel da Palha, Raquel Lessa (PMN), publicada no site de notícias “Jornal Vox Populi”, durante as negociações para a chapa ao governo estadual no processo eleitoral, os representantes da região sul e da Grande Vitória reivindicam as vagas e deixam as regiões norte e noroeste à margem.

Apesar de Raquel Lessa defender o nome do conselheiro aposentado do Tribunal de Contas Enivaldo dos Anjos (PDT), outro nome ventilado entre os políticos é do ex-prefeito de Colatina Guerino Balestrassi (PV).

A indicação do político verde é vista como uma saída para representar a região na chapa palaciana e um gesto cordial, depois de Balestrassi ter se desidratado no decorrer do processo eleitoral. O colatinense começou a pré-candidatura com entusiasmo e foi alçado à disputa a uma das vagas no Senado pelas mãos de Paulo Hartung, mas sua candidatura esbarrou na dificuldade de se acomodar nas coligações majoritárias encabeçadas por Casagrande e Luiz Paulo (PSDB).

O esforço a favor de Balestrassi se sustenta em uma aposta de parte das lideranças regionais que acreditam em um eventual apoio do governador a essa movimentação. O gesto seria uma forma de se redimir da candidatura frustrada de Balestrassi que sequer decolou, mas desconsidera a aceitação de Paulo Hartung ao nome de Givaldo Vieira (PT) na vaga de vice.

Vidigal

Ao final da reunião os políticos saíram com uma resposta afirmativa do presidente estadual do PDT, o prefeito da Serra, Sérgio Vidigal. Ele se comprometeu a levar à convenção partidária deste domingo (27) a indicação de um vice daquelas duas regiões, a ser defendida no Conselho Político formado pelos partidos coligados na chapa de Casagrande.

A reivindicação demorou a surgir e por isso limitou os espaços a serem ocupados pelo movimento. Os nomes para o Senado estão fechados com Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PMDB), além da candidatura de Casagrande ao governo estadual. Com isso, a tríade para a disputa majoritária foi preenchida por lideranças com origem política no sul. Resta dar um ponto final apenas na indicação do vice do socialista e nos suplentes dos postulantes ao Senado Federal.

Mesmo atrasado, o esforço dos políticos reunidos em Vitória pode não ser em vão. Vidigal topou abraçar os desejos das lideranças da região e prometeu levar à mesa de negociação do Conselho Político. Com essa nova reivindicação, o pedetista dá corpo à sua antiga cobrança da vaga do vice, antes vista como reclamação avulsa, mas agora com o apoio dos políticos interioranos.

Nesse caso, uma decisão a favor de Givaldo Vieira do (PT) e, por consequência, uma negativa às aspirações das lideranças regionais, pode custar mais caro do que o previsto. Mesmo à contragosto, a decisão pela preferência de Givaldo no Conselho Político pode render frutos ao emergente movimento, que não quer sair de mãos vazias nesse pleito.

A combinação dos desejos do movimento com as aspirações de Vidigal está ligada pela reciprocidade. O PDT sabe da sua força no Estado e não quer ficar de fora da chapa majoritária. O mesmo ocorre com as lideranças regionais, dispostas a emplacar algum representante local.

Créito: Frederico Carneiro- site Século Diário

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